Museu Guggenheim de Helsinki
[projeto] Helsinki, Finlândia Ano do projeto: 2014 Autoria: Thiago de Andrade Colaboradores: Manoel Fonseca, Juliana Fiuza, Artur França, Ingrid Fonseca e Zé Henrique Freitas Memória: Madeira, Água e Calor A vida prosperou na Europa por causa do Mar Mediterrâneo e Báltico. A água morna que abastece a região leva um calor que viabiliza a vida no norte do continente.As correntes são uma metonímia para as trocas econômicas e culturais e, nos anos recentes, o Mar Báltico serve como símbolo da união dos países nórdicos, onde o conhecimento e a informação são absorvidos e sintetizados em outras formas de alta cultura e apreensão. A madeira é outro elemento importante na cultura Nórdica que conecta o passado arquétipo de várias culturas à alta tecnologia e o pensamento vanguardista dos problemas ambientais. Considerado o único material de construção ecologicamente renovável, a madeira na Finlândia alcançou o estado da arte no controle florestal assim como a madeira laminada para uso estrutural. A Sauna, provavelmente a palavra finlandesa mais conhecida internacionalmente, depende tanto da água morna citada como da madeira. Como uma prática, e não apenas um objeto, ela expõe contrastes e guarda semelhanças com as oposições que marcam as culturas subtropicais, entre a vida externa no verão, o conforto dos interiores durante o inverno e o cheiro da madeira queimando, a umidade das áreas molhadas e, acima de tudo, a necessidade de capturar toda a luz natural possível. Da compreensão do mar como uma troca e suporte da vida, o calor preso como um estrutura de estufa, a madeira não apenas cobre superfícies mas forma o espaço interno, o projeto se evolui para um edifício transparente que apenas se encaixa em seu entorno com facilidade e respeito. Através do edifício, todo esse entorno pode ser facilmente visualizado, a intenção é estender os limites de um museu de arte contemporânea. O vão e o espaço aberto no interior podem sugerir infinitas possibilidades de curadorias. As lajes formam e permitem diversas situações na paisagem. A parte norte do edifício possui a entrada e o saguão principal, projetados com o mesmo diâmetro do átrio do Guggenheim de Nova York. A estrutura de madeira também atua de forma fundamental em relação à paisagem do entorno, ela cria ritmo e medidas, ao mesmo tempo em que se torna parede fechada quando vista em perspectiva e uma moldura quando vista perpendicularmente. Essa estrutura forma um teto que aponta para o centro do edifício onde um espelho d'água se situa, coletando parte da neve e água de chuva que será então estocada subterraneamente. Essa estrutura corta verticalmente o edifício, com a intenção de mostrar uma linha imaginária curva quando o elemento for visto de longe. Atualmente, a arquitetura parece retornar para alguns conceitos básicos essenciais e teorias que valorizam a diminuição no impacto global do terreno, do entorno, e acima de tudo da comunidade e do respeito cultural. Uma vez que o design desse museu é baseado nesses princípios, se torna atemporal e respeita a tradição e aspectos culturais da construção e da força de trabalho: o projeto tende a ser um marco que fala baixo, mas está sempre presente. |