Mário Lúcio Negócios Imobiliários
[construído] Brasília, DF Ano do projeto: 2007 Conclusão da obra: 2008 Autoria: Thiago de Andrade, Virginia Manfrinato e Stepan Krawctschuk Obra: Atelier Paralelo Fotos: Joana França Memória: A beleza sem data “Eu tenho 60 anos e nem por isso vou ficar usando roupa demodê, ficar me comportando como velho.” O projeto pega o gancho dessa frase do proprietário e se imbui da necessidade de renovação, de modernização, partindo para uma linguagem de espaço e desenho mais clássicas, que possam perdurar assim como o mobiliário de grandes designers do século XX, que chegaram ao século XXI com vitalidade e uma utilidade sem previsão de encerramento. Portanto, parte-se de uma reforma mais radical, organizando as funções conforme um fluxo mais inteligente e privilegiando os espaços de trabalho continuado, a saber, as salas individuais e a sala dos funcionários que lidam com os aluguéis. Criam-se nova copa, novo banheiro social e privativo, e mais importante, uma sala de reuniões, com mesa para 6 pessoas ou mais, com espaço e previsão para projetor multimídia, e ainda armários que poderão servir de arquivo morto. A nova copa agora contempla um uso mais racional, direto, prático e confortável, sendo integrada diretamente ao fluxo da secretária e da maioria dos funcionários. O grande ponto de destaque do projeto em termos de tratamento plástico e cuidados com os revestimentos é a recepção, cujo balcão de formas anguladas, e executado em mármore carrara, parece levitar com delicadeza, a despeito de sua grande massa construída. Ele ganha a altura de 1m a fim de preservar a recepcionista e esconder os equipamentos, papéis e agendas de seu trabalho. Embute-se o monitor de LCD e o teclado juntamente com o mouse. Parte-se para uma escolha de tons brancos, cinzas e pretos além das texturas das madeiras de tom médio e alaranjados/ avermelhados, como cumaru, imbuia, ipê, e das pedras naturais como mármores e granitos existentes no piso e rodapé. Dois painéis são pontos de maior cuidado e representatividade na recepção: o painel de parquet na parede à esquerda de quem entra e, ao fundo, o painel de tubos de 2cm de diâmetro em aço cromado. Neste os espaçamentos são irregulares e deixam uma transparência para o corredor e ainda ampliam o espaço da recepção, além de causar interessante jogo de luzes, sombras e reflexos com as luzes direcionáveis do corredor. Na parede oposta à de parquet propõe-se uma foto emoldurada como pôster e fragmentada em tiras verticais, que faz alusão ao painel de tubos cromados, mas diferencia-se pela facilidade com que é juntada e formada a imagem de Brasília, em preto e branco, sinal da estabilidade e pioneirismo da firma que opera na cidade desde os anos 60, fase justamente tratada historicamente como “heróica”. Em suma, é na necessidade de renovação, de construção de uma imagem de mais perenidade e menos modismos efêmeros, na reorganização funcional e das privacidades dos trabalhadores que se assenta essa proposta. |