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Lelé é uma Escola - ensaio fotográfico Joana França, texto Thiago de Andrade

22/5/2014

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Lelé - Sarah Lago norte
Lelé Disbrave

   Lelé é uma Escola
   João Filgueiras Lima, nosso querido Lelé, conjugou características incomuns na prática profissional, sintetizando em espaço artístico a responsabilidade técnica e social, a indissociabilidade entre concepção e construção, apontando para um futuro possível de autonomia, simplicidade e avanço tecnológico.
   Preferia, quando jovem, as artes, as coisas “mais amenas”. A partir da habilidade e interesse pelo desenho, torna-se “por uma série de acasos” arquiteto. Outro acaso o traz à Brasília e o joga inexperiente num canteiro de obras isolado e inóspito, onde a sociabilidade e o companheirismo têm que ser inventados da noite para o dia.
   Fruto de sua conhecida afabilidade e humildade usa a música, que servira de sustento anos antes, como acalento das noites solitárias e longe do Rio de Janeiro, e vai conquistando a todos com sua verve artística, mas principalmente pela competência, correção e afinco.
   Não tarda em se tornar indispensável à construção de Brasília, à Universidade e aos diversos chamados para espaços de responsabilidade coletiva, como o Centro Administrativo da Bahia. Lembrava-se, com serenidade e espanto, do dia em que Juscelino Kubitschek aparece na obra de casas geminadas nas quadras 700, então sob sua responsabilidade, querendo “conhecer o arquiteto que está construindo uma casa de cima para baixo.” Devido ao mal tempo e ao prazo exíguo, ele primeiro havia coberto a obra com estrutura leve, que seria posteriormente incorporada às paredes geminadas.
   E assim seguiu, das obras pré-moldadas da UnB até se tornar o grande mestre brasileiro da construção industrializada. Primeiro com as fábricas de argamassa armada em Salvador e Brasília, depois com o belíssimo trabalho do Centro de Tecnologia da Rede Sarah.
   Os hospitais da Rede Sarah são faces do Brasil das quais nos orgulhamos. A beleza, a dignidade e o amplo aspecto de soluções integradas, a humanização dos espaços sem concessões ao luxo, torna-os por isso mesmo, objetos ímpares e um necessário estudo de caso para hospitais do mundo inteiro.
   Deixa a profissão órfã, mas não de luto, pois aponta para um horizonte aberto cheio de possíveis caminhos a trilhar.
   Envolveu-se pouco com o ensino acadêmico. Mas não importou muito, Lelé é uma Escola.

Thiago de Andrade - Presidente do IAB-DF

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50 anos da ditadura militar no Brasil - Lembrar e não repetir - IAB-DF

31/3/2014

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Residência D&P na revista Projeto de agosto 2013

13/8/2013

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Residência D&P publicada na Revista Projeto nº 402 ago/2103
Fotos: Joana França

Veja mais do projeto em http://www.atelierparalelo.com/dp.html
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A beleza é um ato político

6/12/2012

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   Oscar nos ensinou que a beleza é um ato político, talvez o maior deles. Bem aprendido com os gregos, é na beleza da Pólis que se consolida e se exerce a cidadania. E ele nos deu o sentido espacial da cidadania.

   Aprendeu no palácio dos Doges em Veneza, obra do século XIV-XV, que a modernidade anunciava suas questões invertendo lógicas, concebendo o novo por meio do espanto. Percebeu que vencer o vão, para além do desafio técnico, é uma experiência estética.

   O arquiteto da intuição plena fez arquitetura erudita. Pensava profundamente sobre o espaço. Escreveu, editou revistas, fez esculturas. No fim da vida sintetizou tudo que aprendeu em poucas frases poéticas que buscavam nos ensinar a complexidade da convivência na sociedade em que tudo virou objeto, com preço antes de valor.

   Desde a contribuição ao Ministério da Educação e Saúde Pública no Centro do Rio de Janeiro e o projeto da Pampulha em Belo Horizonte às suas obras internacionais, Oscar colocou a questão da função da beleza, sempre questionada como fato cosmético e desnecessário, elitista, uma sobra indesejada num país pobre. Fez ver que não seria a beleza uma decoração de qualquer ordem, acoplada à arquitetura, e explorou o concreto, reverteu a geometria mais convencional a novas pesquisas sobre a forma. 

   Mesmo os edifícios privados, ordinários em sua localização e programa ganham contornos de sua responsabilidade na forja de um espaço inusitado e questionador, seja nas curvas do Copan em São Paulo, seja no contido e modesto edifício da OAB nacional em Brasília. Por onde andou levou a marca indelével de sua crença no ser humano, na capacidade de mudança social.

   No auge de sua contestação e esquecimento voluntário no Brasil, durante os anos 70 e 80, dedicou-se com mais afinco à prancheta, talvez ciente de que estava inserido, desde sua vida estudantil, em um constante e frutífero debate intelectual.

   Acompanhado por muitas outras cabeças privilegiadas, esperou o dia em que as questões colocadas até a construção de Brasília fossem de novo reverberar na sociedade. Hoje, reflete-se criticamente sobre o movimento moderno, sintetizando-o em novas proposições contemporâneas. A partir daí, Oscar Niemeyer atinge o ápice de sua importância internacional quando vira o arquiteto dos arquitetos. É citado por Zaha Hadid, por Kazuyo Sejima, por Alvaro Siza, etc., para ficar entre os ganhadores do Prêmio Pritzker, o equivalente ao Nobel da arquitetura, recebido por Oscar em 1988. Prêmio que voltamos a ganhar com Paulo Mendes da Rocha em 2006.

  Como ele dizia, arquitetura é intuição, e no campo artístico da intuição arquitetônica somos referência e agora, mais do que nunca, temos lastro.

  O arquiteto ateu nunca temeu a morte, disse que a vida era um sopro e que somos insignificantes no Universo, mas soube como ninguém que a morte é o motor da criação, o que nos impele à frente. É uma vida sem criar que nos mata, Oscar soube que viver seria não parar de criar, nunca.

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da arcada do STF - foto de Joana França
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Residência B&L publicada na Revista Arquitetura & Construção de novembro!

13/11/2012

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Residência B&L - revista Arquitetura & Construção novembro de 2012
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Acerca do contrato entre GDF e a Jurong Consultants

22/10/2012

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Por baixo da pele do GDF

Thiago de Andrade

“Vê-se de modo completamente diverso um objeto cuja estrutura se conhece. Não se trata de mostrar músculos sob a pele, mas de pensar um pouco no que está embaixo dela. Isso leva a um questionário profundo. Não vejo senão vantagens nisso.”
Paul Valéry, in Degas Dança Desenho


    Uma notícia do começo de outubro pegou a sociedade brasiliense de surpresa e logo extrapolou os meios arquitetônicos, políticos e jornalísticos locais para adquirir repercussão nacional: a contratação da empresa Jurong Consultants, braço do governo do Estado de Singapura, para realizar trabalho de planejamento territorial estratégico da mais alta importância para o Distrito Federal.
    O claro sinal de desprezo pela cultura brasileira e os indícios de ilegalidade na contratação mobilizaram os arquitetos, que trouxeram distintas posições à discussão.
    Não poucos se colocaram na defesa de mercado e criticaram especificamente o fato de a empresa ser estrangeira, logo sem qualificação para compreender o contexto brasiliense e não possuir habilitação para o exercício da profissão no Brasil.
     Entendo que o conhecimento e a inteligência não são determinados por fronteiras de qualquer tipo. A nacionalidade dos arquitetos não garante qualquer qualidade intrínseca. Do contrário, a cidade de Brasília não teria sofrido com projetos de qualidade duvidosa, feitos por arquitetos brasileiros e algumas vezes brasilienses.
    Não cabe adotar postura xenófoba e desqualificar qualquer contribuição estrangeira a priori, pois a cultura dá saltos qualitativos a partir de intercâmbios. Vale lembrar a contribuição de engenheiros militares franceses e portugueses na Colônia, a missão francesa no Império e a vinda de Le Corbusier no Governo Vargas. Contribuições que surgem da necessidade premente de resolver problemas formulados pela ocupação e defesa do território, pela falta de formação acadêmica quando da vinda da família real portuguesa ou, mais recentemente no caso de Corbusier, por questões político-estéticas. Assim se fez arquitetura brasileira das mais significativas, baseadas na importação e reinterpretação de aportes tecnológicos e estéticos estrangeiros.
    Quando a classe dos arquitetos se detém em questões meramente corporativas, distancia-se da sociedade e faz com que o governo nos aplauda por não atacar e não mencionar as raízes dos problemas e interesses colocados.
    No caso da contratação da Jurong Consultants a questão de fundo situa-se exatamente na formulação do problema, o que expõe o provincianismo e a malograda situação do planejamento territorial no Distrito Federal.
     A cidade, padecendo de um mal decorrente de sua natureza terciária, dependente economicamente do Governo Federal e do funcionalismo público, contém basicamente uma única indústria: a da construção civil, que leva a reboque o mercado imobiliário como grande agente econômico financiador da cidade. Decorre daí o problema original dos desmandos no planejamento territorial do Distrito Federal.
    A Terracap, concebida como uma agência imobiliária estatal, que deveria justamente estimular o uso social da terra pública após planejamentos advindos de outros órgãos estatais, torna-se agente planejador do território, transformando-se em caixa-registradora de um estado perdulário. O estado mais rico do país não fecha suas contas, gasta mal, planeja mal, não estimula outros setores da economia do DF, dependente que é do dinheiro federal obrigatório, garantido pela Constituição.
    Os últimos governos do Distrito Federal aparelharam a Terracap e a transformaram em gigante do setor1, comandada por demandas de fluxo de caixa do Palácio do Buriti, mas também sofrendo ingerências diretas do setor imobiliário organizado. Esta é, lamentavelmente, mais uma das tantas ações em que a Terracap vem sendo usada para atropelar a ação de desenho e planejamento do território, passando por cima dos próprios órgãos planejadores do GDF, da sociedade civil organizada e do enfrentamento público no debate acerca do futuro da cidade, enfrentamento que é inerente à gestão democrática.
    É louvável um estado se propor a planejar o território pelos próximos 50 anos. Na oportunidade do cinquentenário da cidade, foi posta pelo IAB-DF, UnB e diversos outros setores organizados da sociedade a questão: como serão os próximos 50 anos de uma cidade que nasce de uma visão de futuro, de uma profunda articulação territorial?
    O que se questiona não é a necessidade de se fazer um planejamento territorial estratégico com base em novos setores produtivos e na dinâmica econômica do Distrito Federal. Evidentemente, esses aspectos se somam a fatores sociais, culturais, de mobilidade, e não menos importantes, às questões relativas à cidade moderna, Patrimônio da Humanidade. É a consideração do conjunto destes fatores que constitui a questão crucial a ser equacionada em nosso planejamento. E imperativo torna-se, como no caso em pauta, impedir a desconsideração dessa complexidade.
    Ora, um planejamento territorial estratégico para os próximos 50 anos é tema de uma sociedade, não de uma agência imobiliária, muito menos a ser realizado e idealizado tecnicamente por uma única empresa, sem a necessária formulação dos problemas de modo coletivo.
    A partir do problema original de transferência de poder e competência à Terracap, o GDF assume compromissos econômicos no sudeste asiático, delega com legalidade insustentável um contrato vultoso a uma empresa paraestatal que virá, nas próprias palavras do governador Agnelo, facilitar a implantação das empresas de Singapura:

                “O governador Agnelo Queiroz convidou formalmente, na manhã desta terça-feira, a ST Engineering, gigante estatal de Cingapura do ramo de armamentos, para se instalar no Distrito Federal. Ele [...] afirmou que colocará os programas de incentivos fiscais do GDF ao alcance dos cingapurianos.
                A ST Engineering é uma das gigantes do ramo bélico. Tem 22 mil empregados espalhados por todos os continentes e faturou US$ 4 bilhões em 2011. Tem 51% do capital controlado pelo Temasek Holdings, bilionário fundo de investimentos pertencente ao governo, e o restante pulverizado no mercado de ações. "Eles estão interessadíssimos em fazer do Brasil uma base de negócios para a América Latina. E eu estou interessadíssimo em fazer do Distrito Federal a sede dessa base", afirmou Agnelo.”O governador está empenhado em trazer a filial da empresa para Brasília. "Vou trabalhar na articulação da parceria. Como vamos contratar a Jurong Consultants (empresa de planejamento do governo de Cingapura), fica mais fácil fazer com que a ST encontre um lugar no DF envolvido pelo plano estrutural que estamos elaborando", disse Agnelo.”2

    O contrato com a Jurong não só está baseado em premissas falsas de notória especialização e exclusividade como aponta para um movimento importante da mecânica econômica mundial. O interesse dessa empresa e do governo de Singapura na América Latina só pode ser entendido na esteira dos eventos da crise imobiliária de 2008, que, iniciada nos EUA, alastrou-se até a Austrália, destruiu a Espanha, abalou profundamente a União Europeia, colocou a megalomania dos Emirados Árabes em xeque e mudou o eixo global das ações imobiliárias.
    Em seu respeitável portfolio de projetos em 46 países e vários atestados de sucesso e competência, a Jurong não se apresenta no cenário internacional como empresa fora da curva normal, de vanguarda ou detentora de um conhecimento exclusivo. Está ausente uma das mais importantes experiências de planejamento necessária àqueles que se apresentam para atuar no Distrito Federal: o conhecimento relativo à intervenção em sítios de alto interesse cultural, como é o caso de Brasília.
    Nesse aspecto é fundamental lembrar que o equacionamento das questões relativas ao patrimônio cultural constituiu tradição no desenvolvimento da arquitetura moderna brasileira. Para os arquitetos brasileiros, o cuidado com o passado tem acompanhado pari passu o enfrentamento dos desafios que o futuro coloca. Somos vanguarda reconhecida e detemos tecnologia de ponta nessa área do conhecimento.
    O provincianismo e falta de compreensão da questão do patrimônio leva agentes do governo a argumentar: “mas não estamos intervindo na área tombada!”. Essa tem sido a estratégia cega dos últimos anos, que não reconhece as relações entre o Plano Piloto e o território do DF, que se furta de planejar as articulações necessárias da macrorregião, que atende primordialmente às contingências de agentes poderosos, incorporando sua voluntária miopia.
    O que estamos importando da Jurong International, é o refugo das experiências desse antigo planejamento territorial de viés econômico megalomaníaco, da virada do último século. Transforma o território em commodity e personifica interesses financeiros apátridas predatórios. Um planejamento que se apresenta revestido por belo verniz ambiental e de sustentabilidade, buscando assegurar a abertura automática de portas.
    Em seu vídeo institucional, a própria Jurong Consultants denota a avidez por construir num vazio territorial que se lhe aparece como coisa a ser vendida:
   
            “(...)o que antes era terra nua é hoje um espaço que respira, um espaço habitável numa economia pulsante, sustentável no futuro (...)”3

     Na percepção dos últimos governos do DF essa terra nua é paradoxalmente sua maior riqueza e seu maior entrave ao desenvolvimento. Pois, aqui, a terra nua tem outras conotações e funções, e deriva da maestria na escolha do sítio desde a Missão Cruls, ratificada pelo Relatório Belcher e maior característica da implantação da cidade proposta por Lucio Costa. O vazio aqui tem significado, sendo garantido por seus planos originais.
    A vanguarda do planejamento territorial atual não está nas grandes ações de construção do território com rapidez industrial e sem lastro, aos moldes de contextos como os do Dubai, Abu Dhabi e das novas cidades chinesas, onde a participação das populações nos processos decisórios é ínfima. Nas sociedades em que as instituições democráticas são mais desenvolvidas, a responsabilidade pelo desenvolvimento urbano é compartilhada pelo conjunto da sociedade, com ampla e efetiva participação de agentes da sociedade civil. Tal compartilhamento se faz por ações estratégicas de longo prazo, com participação da mais alta inteligência do país, na tentativa de construir paulatinamente uma rede social e economicamente equilibrada de espaços úteis e vivos.
    No caso do Distrito Federal a construção desses espaços, já nos primórdios da cidade, foi formulada no reconhecimento da importância de sua qualificação estética. E é por ter construído espaços esteticamente qualificados que a cidade alcança reconhecimento mundial. Desconsiderar essa contribuição e a responsabilidade daí decorrente é deixar-se afundar no mais obscuro provincianismo. Provincianismo que a contratação de uma empresa estrangeira não esconde, mas sim, revela.  

Notas:

1- Os funcionários da Terracap recebem inclusive bônus salariais decorrentes de distribuição de lucros.

2- http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/noticia.php?id=425569 | acessado em 20 de outubro de 2010

3- “what used to be bare Earth is today a breathing space, livable space in a pulsating economy that is sustainable into the future”

Thiago de Andrade é arquiteto formado pela Universidade de Brasília, foi diretor cultural do IAB-DF na gestão 2010/11. Atualmente é membro do Conselho Superior desse mesmo Instituto
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Livro 50 Anos de Arquitetura - Brasília

8/5/2012

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Livro - 50 anos de arquitetura - Brasília
Cocuruto publicado com fotos de Joana França e texto de Carlos Henrique Magalhães!

Curadora: Emília Stenzel
Editor: Jean Bergerot
com textos de Cláudio Queiroz

Publicação com um panorama da produção da arquitetura de Brasília com seleção de projetos da arquiteta, professora e crítica de arquitetura Emília Stenzel. Projeto Cocuruto - Residência de Campo publicado com texto de Carlos Henrique Magalhães.
Verbete sobre o edifício de Paulo Magalhães nas SQS 405 e 406 de autoria de Thiago de Andrade.

Editora Senac
iniciativa do CasaPark em parceria com a Editora Anual
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Artetetura Contemporânea

14/9/2011

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Entrevista à revista Arquitetura e Construção para o cinquentenário de Brasília - (não publicada na íntegra)

27/1/2011

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Entrevista feita por e-mail.

1. O que torna a cidade de Brasília especial para você? Por favor, citar os locais que na sua opinião valorizam a cidade.
No que tange ao Plano Piloto, onde vivo, a grande contribuição de Brasília é a Superquadra. Ela é o que há de mais especial para o morador em seu cotidiano. Uma pena que esteja restrita a uma parcela muito pequena da população e esteja se tornando cada vez mais excludente dado o alto custo da habitação nessas áreas.
    Além da Superquadra, é claro que os monumentos de Brasília qualificam a cidade, e, na minha opinião, o edifício mais importante e belo da cidade é a rodoviária do Plano Piloto.
    Projeto raro de Lucio Costa na cidade, ela resolve e articula o centro físico e simbólico de Brasília sem limites definidos entre o viário, o edifício funcional, e o simples tecido urbano que se desdobra em níveis com grande clareza de intenções. É de sua plataforma superior que se compreende a esplanada dos ministérios, em toda a sua monumentalidade, e a sua continuação para o oeste, com a belissima vista da torre de TV, também projeto de Lucio Costa. Lembro-me, quando criança, que me impressionava a descida pelas escadas rolantes mirando o terminal rodoviário de cima, com seu pé-direito duplo e aquela visão panoâmica que apresentava um certo senso de realidade, de quantidade.
    É dali que se irradiam os pequenos lampejos de vida coletiva e movimentada que aludem a um centro de cidade tradicional. É, conjuntamente com o Setor Comercial Sul, o único lugar da cidade com caráter de centralidade.
   Infelizmente, é esquecida por grande parte da população do Plano Piloto, altamente elitizada que não transita por ali.

2. Em quais aspectos Brasília surpreende o "turista" que imagina encontrar apenas as sedes oficiais do poder na cidade? Em outras palavras, qual é o lado B de Brasília?
Brasília surpreende os turistas especialmente pelo ordenamento do espaço urbano, pela amplidão da paisagem e a permanência dos horizontes, além do já cantado e poetizado céu. Quando eles têm acesso aos habitantes da cidade costumam também se impressionar com a possibilidade de se morar em um parque, mas também com o "cosmopolitismo brasileiro" que há aqui. É na cidade que o Brasil converge e preconceitos regionais são relativizados.
   Entretanto, impressionam-se também negativamente pela ausência de pessoas nas ruas de modo generalizado, pela dependência do carro, pela distância relativa das coisas e sobretudo pela excessiva setorização da cidade.
   Agora, os lados B de Brasíla, podem ser vários: o circuito gastronômico da cidade que cresceu absurdamente, o circuito cultural da cidade que atrai grandes exposições vindas de fora, embora a produção artística local, bem como a popular, estejam carecendo de incentivos e divulgação. E, sem dúvida, para além dos parques da cidade e do Lago Paranoá, a natureza do entorno é rica em beleza geológica e águas, além da fauna e flora do cerrado. Este é um momento de forte descoberta das potencialidades do cerrado e de valorização das riquezas culturais e naturais da região.

3. Quais são os principais temas que a população de Brasília está discutindo para ter uma vida melhor na cidade?
Sem dúvida são os problemas de transporte público, o alto custo habitacional e de expansão da mancha urbana. Temas como a regularização de condomínios, criação de novos bairros e novos meios de transportes motivados pela Copa do Mundo de 2014 não saem do noticiário.
    Se equipararmos o Distrito Federal a um município ele já é o 4º do país com cerca de 2.600.000 habitantes. A minha preocupação é que se continuarmos no atual ritmo de crescimento (o maior do país em termos metropolitanos) chegaremos a terceira região metropolitana do país em 10 anos. E isso é realmente preocupante. Não podemos repetir São Paulo 40 anos depois, conhecendo todos os resultados de uma expansão urbana desenfreada!
    Mas a solução não estará centrada na cidade, mas sim no resgate do planejamento de todo o território, tanto do entorno imediato quanto das regiões do país. Algo que abandonamos de modo gradual após o golpe militar em 1964. Tínhamos uma tradição de construção de novas cidades, e esse conceito, abandonado por teorias administrativas, políticas e urbanísticas, terá que ser revisto e resgatado.
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Alvaro Siza: Museu Mimesis, Paju Book City, Coreia do Sul

16/9/2010

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Museu Mimesis Coreia do Sul
Museu Mimesis, arq Alvaro Siza - foto: Fernando Guerra
   Há tempos acompanho o site do fotógrafo português Fernando Guerra.
   Ele já havia postado umas fotos desse projeto ainda em obras. Sempre em visita com o próprio Alvaro Siza.
   Finalmente ficou pronto ou, pelo ensaio do fotógrafo, quase. Siza, perto dos 80 anos, está fiscalizando a obra e aparece fazendo croquis de prováveis revisões no detalhamento e construção. Incrível a vitalidade e o amadurecimento sem fim do mestre.
   Os espaços têm naturezas sempre singulares, lavados pela luz natural e com a única mácula do chão de madeira, que faz a espacialidade ter matéria, vínculo com a realidade cotidiana. Os pisos de madeira estão ali só para que o usuário não se perca no etéreo, sinta seu cheiro e reconheça algo de familiar, porque nada mais é familiar nesse edifício.
   Lembro-me do Siza responder ao ser questionado sobre sua parceria com Frank Gehry no projeto de um campus nos EUA. Ele, Gehry, um arquiteto tão diferente e aparentemente incoerente com a prática de Siza. Foi algo mais ou menos assim:"Ora, o que eu gosto é de trabalhar com gente inteligente, não importa sua arquitetura, sempre haverá diálogo."
   E não posso deixar de lembrar do Frank Gehry nesses espaços, embora totalmente diferentes, sem cópia ou mimese, sem referência, mas fiquei tocado com a complexidade elementar que ele busca em arroubos no teto. É claro que isso existe em todo o percurso do Siza, mas quão louvável é um arquiteto em permanente transformação mesmo depois de consagrado, maduro, com 80 anos?
   Também não posso deixar de ler esse projeto sem relacioná-lo com o Museu Iberê Camargo, e duas obras esportivas mais recentes, em que as curvas, nunca exibidas nem gratuitas, mediam a relação do espaço interno com o externo.
Chorei!
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    Thiago de Andrade é arquiteto pela FAU-UnB. Possui escritório próprio desde 2004 na cidade de Brasília.

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